A China estuda flexibilizar sua rígida política de covid zero em meio ao aumento de casos diários de coronavírus. Na quarta-feira, 23, o país registrou 31.444 novos casos, sendo que 27.517 eram assintomáticos, informou o Escritório Nacional de Saúde do país de 1,4 bilhão de habitantes. Porém, mesmo com esses índices, o Partido Comunista, que defende a narrativa que o país tinha vencido a doença, agora se apoia na explicação de que a ômicron e suas subvariantes são menos letais do que a cepa original que desencadeou a pandemia – a China é a única grande economia do mundo que ainda busca erradicar completamente o vírus de seu território com bloqueios de cidades inteiras, isolamento de contatos positivos e testes em massa. Essa decisão chinesa vem em um momento crítico no país, além dos recordes de casos, hospitais de campanha voltaram a ser erguidos. Porém, a continuação do isolamento total do país, deve prejudicar ainda mais a economia local, que deve apresentar um crescimento do PIB abaixo da meta de 5,5%, a mais baixa já registrada em uma década. Atualmente, a capital chinesa vive o seu pior surto epidêmico desde o início da pandemia, no final de 2019. Dezenas de imóveis residenciais foram confinados e a maioria das empresas transitou para o teletrabalho. Pequim anunciou quase 1.500 novos casos na quarta, a grande maioria assintomática, em uma população de 22 milhões. É o número mais elevado da cidade, embora muito baixo em comparação com os padrões internacionais. Escolas, restaurantes e lojas fecharam por medo de serem colocados em quarentena, enquanto o esgotamento e cansaço mental dos habitantes continua a aumentar devido a essas restrições muitas vezes vagas e mutáveis, cuja duração nunca é anunciada com antecedência.