A chapa liderada pelos vereadores Papy (PSDB), para presidente, e Carlão (PSB), primeiro secretário, lidera, no momento, a corrida pela mesa diretora da Câmara de Campo Grande. Os vereadores já conseguiram votos (de boca a boca) para conquistar a presidência, mas ainda precisam cumprir a tarefa principal: convencer lideranças.
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A escolha da presidência passará, além dos vereadores, pela prefeita Adriane Lopes (PP), senadora Tereza Cristina (PP), responsável por convencer a maioria da classe política a apoiar a prefeita, e o governador Eduardo Riedel (PSDB), que deve instruir a parcela tucana na Câmara.
Hoje, Carlão tem a vaga mais garantida, por ter simpatia da prefeita e Tereza, mas tem dificuldade para emplacar Papy, que embora tenha votos, enfrenta resistência de parte das lideranças que serão decisivas e a concorrência de vereadores do PP, que brigam por um cargo de destaque por terem a prefeita e a segunda maior bancada, com quatro parlamentares.
Apesar da dificuldade, Papy pode ser beneficiado pela proximidade com Carlão, atual presidente e com peso na decisão, bem como pela falta de opção no próprio PP, da prefeita Adriane Lopes. Beto Avelar (PP) e Professor Riverton (PP) declararam desejo de concorrer, mas não têm votos, visto que não chegaram sequer a um consenso de quem seria o escolhido do partido para disputa.
Situação delicada
A presidência da Câmara costuma passar pela prefeitura, mas o fato de Carlão e Papy já terem se adiantado na briga por votos e a falta de opção pode fazer a prefeita ter dificuldade para desarticular a chapa já costurada.
A movimentação dos vereadores deixa Adriane em situação delicada, já que após a presidência terá que construir uma base de sustentação na Câmara. Carlão apoiou a candidatura dela e Papy foi o único dos cinco vereadores eleitos do PSDB a declararem voto para ela no segundo turno. Um enfrentamento ao grupo poderia custar a tranquilidade na Casa no início do mandato.
Para desarticular a chapa, Adriane precisaria entrar em campo mais cedo, conversando pessoalmente com vereadores sobre a participação de cada um na gestão, o que poderia reverter votos. Hoje, a chapa liderada por Papy e Carlão já tem os votos dos cinco da bancada do PSDB, três do PT, PL e União, e um do PSB, o que garante a maioria.
Não bastasse o enfrentamento, Adriane ainda precisaria convencer os vereadores a apoiarem Beto ou Riverton, que hoje não têm simpatia dos demais parlamentares. Em resumo, a briga pela presidência hoje passa mais pela rejeição a preferência por um dos nomes.