O documento foi entregue pela presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), e pelo lĂder do partido na Câmara, deputado federal Odair Cunha (PT-MG). Em nota, o PT avaliou que manter a tramitação do projeto Ă© "inoportuno" e "inconveniente" para a democracia.
"Isso ficou demonstrado cabalmente pelo recente atentado a bomba contra a sede do STF [Supremo Tribunal Federal] em BrasĂlia e pelas conclusões da PolĂcia Federal no inquĂ©rito do 8 de janeiro, revelando os planos de assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre Moraes", destacou o comunicado.
"AlĂ©m de demonstrar a gravĂssima trama criminosa dos chefes do golpe, que poderiam vir a se beneficiar da anistia proposta, a perspectiva de perdão ou impunidade dos envolvidos tem servido de estĂmulo a indivĂduos ou grupos extremistas de extrema direita, afirmam os deputados."
Operação
A PolĂcia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) operação para desarticular organização criminosa responsĂĄvel por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva após o pleito de 2022. O plano incluĂa o assassinato de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
A corporação informou ter identificado a existĂȘncia de "um detalhado planejamento operacional", denominado Punhal Verde e Amarelo, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022. "Ainda estavam nos planos a prisão e a execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que vinha sendo monitorado continuamente, caso o golpe de Estado fosse consumado", destacou a PF.
Quatro militares do ExĂ©rcito e um agente da PF foram presos na operação.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou a prisão preventiva do general da reserva MĂĄrio Fernandes e dos tenentes-coronĂ©is HĂ©lio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo. Os quatro são integrantes das Forças Especiais do ExĂ©rcito, tambĂ©m conhecidos como "kid pretos", altamente especializados em ações de guerrilha, infiltração e outras tĂĄticas militares de elite.
TambĂ©m foi autorizada a prisão preventiva do agente da PF Wladimir Matos Soares, suspeito de envolvimento no plano.