JORGE ABREU
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pessoas em situação de ruas foram filmadas sendo agredidas por policiais militares, neste sábado (7), na praça do Patriarca, no centro de São Paulo, em frente a prefeitura. A ação aconteceu quando um grupo de voluntários prestava assistência no local.
Em um dos vídeos que mostram a ação, uma mulher supostamente grávida é vista desmaiada, enquanto uma criança e uma adolescente, que seriam suas filhas, choram ao seu lado. Testemunhas ouvidas pela Folha disseram que ela teria sido sufocada durante a abordagem policial.
Outras imagens mostram um homem levando um golpe de luta de asfixia, o 'mata-leão', e sendo imobilizado no chão da praça. Ele foi algemado, preso e levado ao 8º Distrito Policial do Brás. Em seguida, passou por exame no IML (Instituto Médico Legal) e foi liberado.
Segundo o MNLDPSR (Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua), que prestava o atendimento no momento da ação policial, a confusão começou quando o zelador de um prédio jogou água em um grupo de pessoas que estava sentado no pátio do edifício.
Na sequência, policiais militares que estavam no local começaram a abordar as pessoas em situação de rua, iniciando o conflito. Para o MNLDPSR, a ação foi "violenta e gratuita".
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) informou que o homem de 37 anos foi detido por desacato e resistência após uma abordagem policial. A pasta afirmou que ele chegou a morder um agente, que precisou passar por avaliação médica.
Ainda sobre o caso, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que "a Polícia Militar analisa as imagens do ocorrido e, caso sejam comprovados excessos, as devidas providências serão adotadas para responsabilização dos envolvidos".
Edvaldo Gonça lves de Souza, coordenador nacional do MNLDPSR, disse que o movimento social entrou com uma ação no Ministério Público e procurou a Ouvidoria da Polícia para denunciar o caso.
"Foi uma agressão espontânea. Três policiais atacaram uma senhora grávida. Ela levou um mata-leão, chute, soco e acabou desmaiando, E também aconteceu com o rapaz que foi preso. É uma violência de graça de policiais não preparados. Não respeitam as problemáticas das pessoas" disse.
A PM de São Paulo enfrenta uma onda de denúncias, gravadas em vídeos, de agressões de agentes. Sobre os casos, a SSP disse à Folha que não compactua com a violência.
Na quarta-feira (4), a empresária Lenilda Messias, de 63 anos, foi agredida por um policial militar, no Jardim Regina Alice, em Barueri (SP), durante abordagem que envolveu o filho dela na garagem da casa da família. Ela levou um chute, empurrões e foi agarrada pela roupa pelo PM.
Vídeos gravados por testemunhas mostram que o filho, o empresário Juarez Higino Lima Júnior, também foi agredido quando estava imobilizado.
Na segunda (2), o policial Luan Felipe Alves Pereira, 29, foi flagrado jogando um homem do alto de uma ponte na região de Cidade Ademar, na zona sul da capital, após perseguição. O caso ganhou repercussão e o militar foi preso. A prisão preventiva (sem prazo) dele foi solicitada pela própria Corregedoria da PM.
Um homem foi agredido com um mata-leão por PMs na Praça Patriarca, no centro de São Paulo, neste sábado (7). O caso teria acontecido enquanto uma equipe da prefeitura fazia atendimento à pessoas em situação de vulnerabilidade social. Um homem foi agredido com um mata-leão por PMs na Praça Patriarca, no centro de São Paulo, neste sábado (7). O caso teria acontecido enquanto uma equipe da prefeitura fazia atendimento à pessoas em situação de vulnerabilidade social. Leia Também: Justiça determina indenização de R$ 1 milhão à família de gestante morta após tomar vacina contra Covid
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