Falta de secretaria e veto à Vara de Violência Doméstica são alvos de crítica em protesto
A Barão do Rio Branco, palco de diversas rodas de conversa e decisões políticas em Mato Grosso do Sul, recebeu, neste sábado, um manifesto de basta ao feminicídio, em um pedido de justiça pela jornalista Vanessa Ricarde e tantas outras mulheres vítimas de violência.
A Barão do Rio Branco, palco de diversas rodas de conversa e decisões políticas em Mato Grosso do Sul, recebeu, neste sábado, um manifesto de basta ao feminicídio, em um pedido de justiça pela jornalista Vanessa Ricarde e tantas outras mulheres vítimas de violência.
Representante do Sindicato dos Jornalistas, Tainá Jara destacou a necessidade de uma Secretaria da Mulher, que garanta efetivamente a proteção da mulher no nosso Estado, na quarta posição no ranking dos que mais morrem mulheres.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) citou o desaparelhamento das políticas como principal motivo para o aumento da violência.
"Precisamos que o governo e a prefeitura abandone o pensamento machista de reduzir o direito da mulher e cumpra os protocolos. São apenas quatro técnicas que cuidam de toda política para mulher. Não tem orçamento. Estamos sem coordenação na Casa da Mulher Brasileira até agora. Essa cultura misógina, com estado que abandona as políticas, tem um agravamento muito maior", reclamou
A vereadora ainda destacou que 76% das medidas protetivas concedidas não são levadas para intimação no prazo que a lei determina e não alcança o agressor. Ela cita como exemplo de descaso a decisão do presidente do Tribunal de Justiça, Dorival Pavan, de barrar a 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Campo Grande (ontem o desembargador disse que vai instalar a vara).
A vereadora chorou ao lembrar que no aniversário de 10 anos da Casa da Mulher na Capital a música que tocou foi Evidências e não Maria Maria, tema histórica da luta contra a violência à mulher. "A comemoração não foi feita lá porque o bebedouro não tem água", reclamou. Luiza citou casas da mulher em Dourados e Ponta Porã, já autorizadas pelo Governo Federal, mas que não foram construídas.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos) citou projetos que são apresentados em Brasília e não passam da Comissão de Constituição e Justiça, como o que garante sala de aulas de proteção pessoal exclusiva para mulheres ou porte de spray de pimenta e arma de choque.
A manifestação contou com a presença de jornalistas e amigos de Vanessa e outras mulheres vítimas de violência. Também estiveram presentes o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) e a deputada federal Camila Jara (PT).