Após repercussão negativa, mandante de assassinato de ex-prefeita pede exoneração

Jusmar Martins da Silva, ex-secretário e mandante do assassinato da então prefeita, pediu exoneração do cargo que ocupava na Prefeitura de Mundo Novo.

Foto: Jornal Midiamax

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Jusmar Martins da Silva, ex-secretário e mandante do assassinato da então prefeita, pediu exoneração do cargo que ocupava na Prefeitura de Mundo Novo.

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Ele assumiu um cargo na prefeitura neste ano, 25 anos após mandar matar a prefeita, Dorcelina Folador.

Em nota divulgada neste sábado, a prefeita Rosaria (PSDB) informou que, diante das polêmicas e das críticas direcionadas à gestão municipal, o servidor pediu exoneração.

"O próprio Sr. Jusmar procurou o município e pediu exoneração do cargo, o que foi aceito, justificando que não queria causar transtornos, que apenas queria uma oportunidade de ressocializar e sobreviver conforme a lei determina, encontrando esta oportunidade junto ao então Prefeito Valdomiro Sobrinho, um homem com visão humanitária que se preocupa com a reintegração de pessoas nestas condições, como já feito antes", diz a nota.

A prefeita ainda comentou a repercussão do caso após nomeação. "tratou- se de situação grave e que quando rememorada traz tristeza a toda população e também a esta Prefeita, contudo, como já informado nos meios de comunicação, o Sr. Jusmar cumpriu sua pena e, por isso, não foi impedido de iniciar o serviço público na gestão anterior".

Rosaria encerra a nota lamentando o ocorrido e dizendo que manifesta "seu profundo respeito aos familiares e amigos da ex-Prefeita Dorcelina, reafirmando seu compromisso com a legalidade e com a seriedade no trato da gestão pública, onde a decisão pessoal da gestora não pode prevalecer sobre o que é determinado pela legislação".

O caso

Jusmar foi condenado por mandar matar, em 1999, a prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador. Ele era aliado dela e coordenador da campanha antes de romper a relação. Ele foi condenado em 2003 a 18 anos de prisão, como mandante do assassinato, cometido por Getúlio Machado

Dorcelina era uma figura importante no movimento pela reforma agrária no País e um dos principais nomes do Partido dos Trabalhadores no Estado. Estava no segundo mandato, quando foi assassinada com 10 tiros, na varanda da casa dela.