Todos fizeram publicações em redes sociais e foram vistos durante atos de invasão às sedes dos TrĂȘs Poderes. Além de incitação pĂșblica à prĂĄtica de crime, o MPF pede o possĂvel enquadramento deles no crime de tentativa de abolir o Estado DemocrĂĄtico de Direito, previsto no Artigo 359-L do Código Penal.
"Ora, não é aceitĂĄvel ou imaginĂĄvel que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrĂĄtico, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito", diz a petição assinada pelo coletivo de advogados. O mesmo pedido foi encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As iniciativas se juntam as jĂĄ tomadas pelos partidos PSOL e Rede, que ainda na segunda-feira (9) pediram a inclusão de parlamentares eleitos nas investigações sobre os atos golpistas de domingo (8), bem como que eles sejam impedidos de assumir seus cargos.
De acordo com a petição do MPF, a deputada eleita Clarissa Tércio, por exemplo, publicou em seu perfil no instagram vĂdeos das invasões com a seguinte legenda: "Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo o povo estĂĄ aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos".
Waiãpi também divulgou vĂdeos no domingo com a legenda: "Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro, insatisfeito com o governo vermelho". Fernandes, por sua vez, publicou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo, que foi invadido e depredado.
"A estrutura normativa do crime de incitação ao crime de impedir ou restringir o livre exercĂcio dos trĂȘs Poderes da União, ao nĂvel dos seus pressupostos tĂpicos objetivos, estĂĄ toda preenchida", afirmou o subprocurador-geral da RepĂșblica, Carlos Frederico Santos, a quem o procurador-geral da RepĂșblica delegou a atuação no caso.
A AgĂȘncia Brasil tenta contato com todos os parlamentares eleitos citados na reportagem.