Questionada pela Folha se o especial será exibido e também se Roberto tem contrato em vigor com a empresa, a Globo respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não começou a discutir a grade do segundo semestre e que “não comenta questões de contrato”.
A assessoria do cantor afirma que o show continua na programação, e seus detalhes começarão a ser planejados “a partir do meio do ano”. O especial é exibido anualmente desde 1974, com duas exceções: não foi transmitido em 1999, por causa do estado de saúde de Maria Rita, mulher de Roberto; e em 2020, no auge da pandemia de Covid-19.
Caso se confirme a exclusão do programa na grade de fim de ano, esta seria a segunda grande (e recente) mudança na vida profissional do cantor. Há exatos 30 anos o empresário gaúcho Dody Sirena vinha gerenciando a mão de ferro tudo o que se relacionava à carreira musical de Roberto, dos contratos com a TV e a gravadora aos empreendimentos imobiliários, passando pelo lançamento de perfumes, viagens temáticas e de outros produtos que exploram sua imagem.
A parceria, no entanto, acabou oficialmente na última terça-feira (17). Por meio de sua assessoria, Roberto anunciou, também em nome de Dody, “bem como de suas respectivas empresas”, que suas relações profissionais e empresariais haviam chegado “amigavelmente” ao fim, num comunicado protocolar.
Em entrevista ao F5, Dody reitera que a parceria terminou de forma amistosa, sem brigas ou desavenças de qualquer natureza. “Tem casamentos que em algum momento as pessoas vão dormir em camas separadas, mas talvez nem seja esse caso. A gente teve um casamento profissional lindo e o estamos repactuando”, diz.
O rompimento com Dody e a possível saída da Globo surpreendem os fãs e quem acompanha a vida e a carreira de Roberto. São mudanças demais para quem, por conta do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), sente-se desconfortável com qualquer tipo de alteração em sua rotina.
Um exemplo: até pouco tempo atrás, em trajetos feitos de carro, RC não abria mão de voltar sempre pelo mesmo caminho. Mesmo que estivesse mais engarrafado ou que, para isso, precisasse encarar uma operação policial com tiroteio nas franjas da favela da Rocinha, como aconteceu há alguns anos.
Roberto voltava para casa, na Urca (zona sul do Rio), depois de um show na Barra, na zona oeste, e optou por encarar o cenário de guerra à sua frente a dar meia-volta e pegar a Avenida Niemeyer, à beira-mar. Tudo para não mudar a rota prevista, assim como ele sempre evitou fazer em seus mais de 60 anos de carreira.