Os moradores do Jardim da Mooca, em Campo Grande, formaram uma espécie de "paredão humano" na rua Maria Conti, em protesto às condições precárias das ruas do bairro, nesta segunda-feira (20).
Lama e enormes poças com água suja se espalham pelo Jardim da Mooca, o que força motoristas e pedestres a andar pelo mato e se esgueirar pela calçada das casas.
Segurando cartazes dentro de uma enorme poça, os moradores do bairro inaugurado há cerca de quatro anos reclamam que o valor médio do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) é de R$ 1,5 mil, o que eles alegam não ser refletido na infraestrutura do bairro, já que andam no barro e na lama.
O protesto é uma forma encontrada por quem vive na região para chamar a atenção da Prefeitura. Os moradores até tentam, por conta própria, jogar entulho em alguns trechos para deixar mais sólido o terreno, porém sem sucesso.
"As ruas estão todas precárias, uma pior que a outra. Já faz muito tempo que estamos tolerando essa situação revoltante. A gente quer asfalto, o patrulhamento não vai resolver. Cascalhamento a gente não aceita", afirma Ari Brites, morador do bairro.
De acordo com o presidente do Jardim Mooca, Gonzaga Zaim de Oliveira, no bairro moram cerca de 250 famílias e já foram enviados ofícios para a Prefeitura e a Câmara Municipal cobrando asfalto.
"Aqui tem muitas crianças porque têm colégio perto. No bairro inteiro ninguém dá assistência. A última vez que teve manutenção foi há três anos", afirma Gonzaga.
Lindaiane Barrios é moradora do bairro há três anos na Rua Juraci Elizeu da Silva e reclama que os pedestres precisam passar pelo mato para conseguir transitar nas ruas do bairro.
A mulher estava acompanhada do filho de três anos de idade que calçava uma galocha, sapato que se tornou indispensável no Jardim da Mooca.
"Ele [o filho] tem pelo menos outras duas galochas, ele não tira do pé. A minha casa vive embarreada [sic] porque os carros passam e esguicham barro no muro", aponta a mulher.
Além dos moradores, os comerciantes também sofrem com a lama. O revendedor de gás Luis Carlos Louveira conta que precisa da moto para fazer entregas, porém ela vive na oficina mecânica.
"É manutenção na moto toda semana, a gente atola praticamente todo dia. A gente paga imposto absurdo, eu pago alvará e essa situação é revoltante, estamos abandonados", ele lamenta.
O que diz a Prefeitura?
O Midiamax entrou em contato com a Prefeitura para perguntar se há previsão de asfalto no bairro. Confira abaixo a resposta:
A Prefeitura de Campo Grande tem trabalhado ininterruptamente para atender às demandas por manutenção das vias públicas que se intensificaram neste período de constantes chuvas. Toda e qualquer reclamação sobre pontos de alagamento, buracos no pavimento, necessidade de encascalhamento e patrolamento, que chegam através dos canais de comunicação da prefeitura FALA CG 156 (App, telefone, presencial), provoca o envio de equipes da Sisep para avaliação do problema e a consequente calendarização para o reparo ou manutenção da via em questão.
Esse cronograma para atendimento das demandas é determinado por critérios técnicos e logísticos que orientam a prioridade e emergência de cada caso. No entanto, todos serão atendidos no mais curto prazo possível, sempre observando o cronograma e os critérios técnicos mencionados. Tão logo o tempo melhore, os serviços de manutenção serão intensificados em todas as regiões da Capital.
*Matéria editada às 10h40 para acréscimo da resposta da Prefeitura