O delegado Marcos Vinicius Reis, que investiga o atentado desta segunda-feira, 27, em escola na zona oeste de São Paulo, descartou que o agressor tenha tido ajuda durante os ataques. Ao mesmo tempo, ele reforçou que um possível apoio prévio ao estudante ainda é investigado.
"Dentro da escola não teve (ajuda), ele agiu sozinho", disse o delegado em entrevista à imprensa nesta terça-feira, 28.
Sobre o apoio prévio de outras pessoas, ele afirmou que é algo que demanda uma investigação por uma outra frente.
"Não descartamos (a participação de outras pessoas), é um trabalho que demanda uma análise mais profunda", disse. Como mostrou o Estadão, o estudante chegou a anunciar o ataque nas redes sociais. "A investigação eletrônica, assim chamada, demanda quebras de sigilo, a gente tem que pedir autorização do Poder Judiciário, não são medidas que vão do dia para a noite."
O delegado passou cerca de duas horas na escola durante a manhã desta terça para participar da coleta de provas adicionais e, assim, avançar com as investigações do caso.
"Faltaram algumas imagens que são importantes para a gente entender a dinâmica dos fatos", disse. "O caso está esclarecido, existem imagens, e hoje nós estamos complementando desde a chegada dele aqui na escola."
Essa reconstituição da cronologia, segundo ele, visa a entender por onde o aluno entrou na escola, em que momento colocou a máscara, onde tirou a faca da mochila, entre outros detalhes.
Nesta segunda, a delegacia que investiga o caso ouviu 32 testemunhas sobre o ocorrido. Segundo alunos da escola ouvidos pelo Estadão, o autor dos ataques teria se envolvido em uma briga na semana passada. O colega com quem brigou, que seria o principal alvo dos ataques, não foi à aula nesta segunda, mas prestou depoimento à polícia. "Já ouvimos", disse Reis, sem dar mais detalhes sobre os conflitos que antecederam o atentado.
Aluno do 8º ano da escola, o adolescente de 13 esfaqueou e matou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que foi enterrada nesta terça-feira, 28. Outras três professoras e um aluno ficaram feridos.
Entenda o ataque na escola
O ataque cometido por um adolescente com um faca aconteceu por volta das 7h20 da manhã na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. O garoto esfaqueou pelo menos quatro professoras e um aluno, segundo o governo de São Paulo.
O agressor do 8º ano do ensino fundamental, de 13 anos, foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local nesta segunda.
Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por uma professora de Educação Física.
Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, havia sido encaminhada em estado grave para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Por volta das 10h30, a morte foi confirmada.
Professora de Ciência, ela foi uma das que agiram para separar os estudantes durante um conflito anterior. Elisabeth trabalhava havia pouco tempo no colégio e estava fazendo a chamada quando foi atingida pelos golpes.