No dia seguinte, as três estudantes não foram à faculdade. Ao mesmo tempo, alunos da sala de Patrícia e de outros cursos foram até ela demonstrar solidariedade.
Após a repercussão negativa do episódio, as três alunas que zombaram de Patrícia desistiram do curso. Um processo disciplinar por parte da Unisagrado havia sido instaurado para averiguar o caso.
Comerciante durante a maior parte da vida, Patrícia conta que decidiu fazer a graduação em Biomedicina após ter que fechar sua loja de roupas na pandemia de Covid-19.
“Tinha essa loja desde 2012, mas nos últimos anos não deu mais para manter aberta”, disse.
Desempregada, decidiu recalcular os planos para o futuro. A escolha do curso de Biomedicina se deu por influência da mãe, enfermeira ao longo de toda a vida.
“Meu sonho de estudar na área da saúde sempre existiu. Tinha essa vontade desde menina, desde criança”, conta.
Até então, as circunstâncias da vida, porém, nunca tinham permitido que ela estudasse.
Com apoio do marido, decidiu que esse seria o momento, e se jogou para fazer sua primeira faculdade. “Estou bastante empolgada, tem sido maravilhoso”, disse a estudante.
À época, universidade informou repudiar “qualquer ato de preconceito e discriminação”.
“Ressaltamos que nosso objetivo é educar, verbo fundamental e obrigatório na construção de uma sociedade cada vez mais justa.”
*(Com informações da Agência Estado)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudante vítima de etarismo em Bauru ganha bolsa para estudar na Inglaterra no site CNN Brasil.