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ANTT quer dobrar o valor da tarifa de pedágio no trecho sul da BR-163 em MS

Estudo da agência recomenda a duplicação das rodovias entre Campo Grande e Dourados, mas obras não estão previstas

Por Midia NAS em 13/04/2023 às 10:22:52
Estudo da ANTT prevê obras na BR-163, que começa na região sul de Campo Grande, com restauração de vias e aumento de pedágios - Foto: Gerson Oliveira

Estudo da ANTT prevê obras na BR-163, que começa na região sul de Campo Grande, com restauração de vias e aumento de pedágios - Foto: Gerson Oliveira

O valor da tarifa de pedágio na Rota Tuiuiú terá um aumento de mais de 100%, em razão da relicitação do trecho sul da BR-163. Atualmente, um carro de passeio paga, a cada 100 quilômetros percorridos, R$ 7,29. Com o reajuste, o valor da tarifa passará a ser de R$ 17,41, cobrados em oito praças de pedágio.

Mesmo com o aumento da taxa, estudos preliminares da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não preveem obras de duplicação da rota entre Campo Grande e Dourados, com 198 km.

Em média, a tarifa de pedágio terá um aumento de 138,8%, aponta o estudo preliminar apresentado pela ANTT.

"A tarifa básica de pista simples está R$ 17,41 a cada 100 quilômetros rodados, valor substancialmente acima da média das outras concessões, que é de R$ 11,86", ressalta o documento, propondo que ainda sejam feitos estudos para tentar reduzir a tarifa que será cobrada.

De acordo com a ANTT, a rota englobará 466 km da BR-163, entre Campo Grande e a divisa com o Paraná, e 249 km da BR-267, do entroncamento da BR-163 até a divisa com São Paulo, totalizando 715 km.

O estudo não ordena que os 198 km entre Dourados e Campo Grande sejam duplicados, mas ressalta que "em razão da grande importância das duas cidades, sugere-se avaliar a possibilidade de duplicação no trecho do km 268,87 ao km 466". Sendo assim, o atual estudo prevê apenas a construção de faixas adicionais.

No texto, estão propostas a duplicação de 29,27 km na BR-163 e a construção de faixa adicional em 155,87 km, sendo 98,36 km na BR-163 e 57,51 km na BR-267.

São mais 28,52 km em obras de contorno na BR-163 e construção de 12,16 km de vias marginais, sendo 10,56 km na BR-163 e 1,6 km na BR 267. Há também a previsão de construção de 10 cruzamentos, 24 retornos e 55 rotatórias, sendo 46 na BR-163 e nove na BR-267.

O estudo aponta a necessidade de construção de 42 passarelas em travessias urbanas na BR-163, que, com as 21 existentes, totalizam 63 unidades. Na BR-267, o estudo prevê 17 passagens, sendo necessária a construção de cinco, uma vez que 12 já existem.

Está prevista também a construção de cinco contornos viários, sendo um em Mundo Novo, um em Eldorado, um em Itaquiraí e dois em Dourados, na Via São Pedro e na Vila Vargas.

Entre as obras há também oito praças de pedágio, das quais cinco serão novas. Mundo Novo e Caarapó terão suas localizações alteradas. Serão construídas as de Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Bataguassu (na BR-267). As de Itaquiraí, Rio Brilhante e Campo Grande só passarão por readequações.

Com a inclusão de mais três pedágios nos 249 km da BR-267, o motorista desembolsará R$ 61,88 para percorrer o trajeto da divisa com São Paulo até Campo Grande.

Hoje, o usuário desembolsa R$ 7,80, uma vez que só paga pedágio em Campo Grande, na BR-163. É que na BR-267 serão cobrados R$ 15,44 em Nova Alvorada do Sul, R$ 14,86 em Nova Andradina e R$ 13,27 em Bataguassu.

Já para percorrer 466 km na BR-163, o motorista deverá desembolsar 155,14% a mais. A previsão é de que sejam pagos R$ 13,55 no pedágio de Mundo Novo, R$ 16,98 em Itaquiraí, R$ 19,87 em Caarapó, R$ 18,04 em Rio Brilhante e R$ 18,31 em Campo Grande, totalizando R$ 86,75. Hoje, são desembolsados R$ 34.

INVESTIMENTO

O vencedor do certame terá de investir R$ 12 bilhões, dos quais R$ 6,8 bilhões serão aplicados em obras de infraestrutura, como duplicação da pista, construção da terceira faixa, retornos, viadutos e contornos viários, e R$ 5,2 bilhões serão para a operacionalização das duas rodovias.

O maior investimento soma R$ 3,773 bilhões, que serão aplicados em restauração e manutenção; R$ 1,972 bilhão serão para obras de ampliação de capacidade; R$ 584 milhões para equipamentos e sistemas; R$ 163 milhões para edificações gerais; e R$ 19 milhões para segurança viária.

O recurso deve garantir, ao todo, 185,13 km em obras de intervenção, e o estudo pede que sejam realizados cerca de 40 km por ano.

"Sugere-se que se faça o ajuste dos cronogramas de obras de forma a deixá-lo mais linear ao longo dos anos. Em torno de 40 km de obras por ano, pois esses picos nos anos 4 e 6 podem não ser favoráveis à concessão", aponta o documento.

ROTA PANTANAL

Segundo estudos divulgados em fevereiro deste ano, o valor do pedágio no trecho sul da BR-163 em estudo ficou ainda maior do que o do trecho norte, na intitulada Rota Pantanal, que compreende 379,9 km entre Campo Grande e a divisa com Mato Grosso.

O valor estimado a cada 100 km é de R$ 14,20, aumento de 110% em relação aos R$ 6,75 pagos atualmente pelos usuários desse trecho da rodovia. A licitação estava prevista para março de 2024 e está em estágio mais adiantado.

A ANTT decidiu em fevereiro que a CCR MSVia continuará administrando a BR-163 até a conclusão do processo de relicitação, previsto para ocorrer até setembro deste ano.

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