Segundo a polícia, já foi feita uma vistoria na clínica onde a lipoaspiração foi realizada, em conjunto com agentes da Vigilância Sanitária. Os profissionais responsáveis pela clínica e o médico Alberto Birman já foram notificados para prestar esclarecimentos .
A família contou que a lipoaspiração foi feita no dia 15 de março e que a cirurgia durou sete horas. Quando Cássia voltou do centro cirúrgico começou a reclamar de estar sentindo muitas dores abdominais. Ela acabou passando a noite na clínica para ficar em observação, por recomendação de Nicole Birman, filha do cirurgião, que também teria participado do procedimento.
Em depoimento no inquérito, João Marcelo, marido de Cássia, informou que no hospital da Barra não foi feito nenhum exame mais complexo porque a unidade não dispunha de equipamentos para ultrassonografia ou tomografia. Segundo ele, como a mulher não melhorava, ele começou a cobrar da equipe médica uma ação mais contundente.
No dia 17, dois dias depois do procedimento, ela foi transferida para o Marcílio Dias, onde uma tomografia teria constatado a perfuração intestinal. Ainda de acordo com o marido, Cássia contraiu uma infecção, o que acabou agravando seu quadro. Por nota, a unidade de saúde da Marinha informou no início da noite desta sexta, 14, que o estado da paciente é estável.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou, por meio de nota, que "o profissional não tem Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) inscrito no conselho em nenhuma especialidade". No Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) tampouco há registro de especialidade. Segundo o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ele também não está cadastrado como membro. Sua filha, Nicole Birman, aparece como "aspirante em treinamento a membro".
Qualificação
O advogado do médico, Lymark Kamaroff, disse ao jornal O Dia que o cirurgião é altamente qualificado e experiente, tendo realizado inúmeras cirurgias plásticas bem sucedidas ao longo da carreira. Ainda segundo as explicações do advogado ao jornal carioca, "não há nexo de causalidade" entre a intercorrência sofrida pela paciente e a atuação do hospital.
Por fim, Kamaroff afirmou que intercorrências cirúrgicas podem acontecer e que, por isso, todos os pacientes assinam um termo de consentimento, diante da possibilidade de algum evento adverso ocorrer.
O Estadão tentou contatar o advogado, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.