A Santa Casa informou que os equipamentos repassados pela prefeitura de Campo Grande para abertura de novos leitos pediátricos não atendem aos critérios para receber os pacientes. Dezoito dias após anunciar que contrataria 40 leitos pediátricos para desafogar a fila de espera de crianças por vaga em hospital, a prefeitura ainda não conseguiu viabilizar os leitos.
A Sesau, porém, informou que os equipamentos foram substituídos e está faltando apenas "configurar a conexão" para abertura dos leitos.
A Santa Casa espera receber da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) berços/leitos, suporte com profissionais pediatras e também a formalização do termo aditivo ao contrato já existente. O acordo foi feito entre as partes como forma de abrir os dez leitos emergenciais.
A previsão dada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), na última semana, era que as vagas fossem disponibilizadas de maneira gradativa entre sexta (14) e segunda-feira (17).
Desde o dia primeiro de abril, a Prefeitura de Campo Grande trabalha para a contratação de leitos pediátricos na rede particular para desafogar a fila do sistema público de saúde diante do surto de doenças respiratórias, que tem atingido principalmente crianças.
Conforme dados da Sesau, na semana passada, a Capital tinha 20 crianças aguardando transferência nas unidades 24h. Porém, essa fila já chegou a ter 50 crianças no fim de março.
Os casos na saúde pública e privada acontecem devido à grande circulação de vírus respiratórios que atingem principalmente os bebês. Na terça-feira (17), o Jornal Midiamax mostrou o caso do pequeno Henry Gael Alves Godoy, recém-nascido de 45 dias, que aguarda vaga em hospital na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o paciente está no processo de regulação e, momentaneamente, ainda não há previsão de transferência. Hospitais estão sendo procurados para dar mais celeridade no encaminhamento.
A pasta abriu um chamamento público para que os hospitais privados e filantrópicos manifestassem interesse em disponibilizar leitos a serem contratualizados com o serviço público. A intenção inicial era contratar no total 40 leitos pediátricos, sendo 30 de enfermaria e 10 de UTI.
Os hospitais da Cassems e Unimed declinaram o chamamento, pois informaram que operavam com superlotação. Apesar do El Kadri ter manifestado interessado e afirmar que tinha 30 leitos disponíveis, o grupo não firmou a contratualização por problemas na documentação e falta de pediatras para atender aos leitos.
Assim, a Santa Casa foi o único hospital da rede privada a atender o chamamento com a cedência de espaço para a instalação dos novos leitos. Em contrapartida para começarem a operar, a Prefeitura deve disponibilizar dois médicos, equipamentos e oficializar a contratualização por meio de um termo aditivo ao contrato já existente.