PMNAS

STJ descarta novo inquĂ©rito, mas mantĂ©m ação contra conselheiros afastados do TCE-MS

Ministro manteve investigação em outro inquĂ©rito na corte

Por Midia NAS em 23/05/2023 às 09:05:42
Conselheiros foram afastados por decisão do STJ. (Fotos: Arquivo/TCE-MS)

Conselheiros foram afastados por decisão do STJ. (Fotos: Arquivo/TCE-MS)

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) descartou a abertura de novo inquĂ©rito contra dois dos conselheiros afastados do  (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Iran Coelho das Neves e Waldir Neves. Ambos foram alvos da Operação Terceirização de Ouro, da PF ().

Em despacho assinado na noite de segunda-feira (22), o ministro Francisco Falcão observou que o InquĂ©rito 1.432 segue em aberto e observou não ser necessĂĄrio outro processo contra Iran e Waldir.

"Na ocasião determinei a abertura de novo inquĂ©rito para prosseguimento das apurações das demais hipóteses criminais estabelecidas pela PolĂ­cia Federal e pelo MinistĂ©rio PĂșblico Federal. Entretanto, verifico que o InquĂ©rito 1.432 remanesce em trâmite, exatamente para o aprofundamento das investigações no tocante às hipóteses criminais ainda não corroboradas ou refutadas pelos órgãos de persecução penal, sendo portanto desnecessĂĄria a autuação de novo caderno apuratório, razão pela qual torno sem efeito a determinação anterior", escreveu.

Esta Ă© a APn (Ação Penal) 1.057, que tramita desde 2017, na qual foram denunciados hĂĄ duas semanas pelo MPF Iran; Waldir; os assessores de Chadid, Parajara Moraes Alves JĂșnior e Douglas Avedikian; o assessor de Waldir, William das Neves Barbosa Yoshimoto; e outras nove pessoas.

O conselheiro afastado Ronaldo Chadid não Ă© rĂ©u nesta ação. A denĂșncia do MPF ensejou a abertura da APn 1.058, na qual sua chefe de gabinete ThaĂ­s Xavier Ferreira da Costa tambĂ©m Ă© rĂ©. PorĂ©m, a defesa de Chadid pediu a retirada de documentos da APn 1.057, o que foi negado. Ele recorreu e Falcão pediu manifestação do MPF antes de decidir.

Operação Terceirização de Ouro

Em 8 de dezembro de 2022, a PF (PolĂ­cia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras. 

 

As investigações apontaram uso de pessoas jurĂ­dicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratĂ©gias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

AlĂ©m de exigĂȘncia de qualificação tĂ©cnica desnecessĂĄria ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade tĂ©cnica falsificado.

Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e InformĂĄtica, supera R$ 100 mil. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vĂ­nculo

Iran, Chadid e Neves estão afastados por 180 dias. Eles tiveram redução de atĂ© 88,5% nos salĂĄrios após a ação da PF.

Conselheiro do TCE-MS foi flagrado cobrando propina

Investigações da PF apontaram o conselheiro Waldir Neves cobrando propina de um empresĂĄrio dono de uma fornecedora de cafĂ© e ĂĄgua mineral para o TCE-MS. A corporação teve autorização para monitorar conversas de dois assessores de Neves, João Nercy Cunha Marques de Souza e William das Neves Barbosa Yoshimoto. A dupla era responsĂĄvel por receber a propina.

Para a PF, o conselheiro "tinha ciĂȘncia de que seus assessores cobravam e recebiam recursos de empresĂĄrio que fornece insumos ao TCE-MS". William Yoshimoto jĂĄ tinha sido alvo da primeira fase da operação, a Mineração de Ouro.

Em janeiro de 2023, Neves conseguiu retirar a tornozeleira eletrônica para dar continuidade ao tratamento de um câncer de próstata. No fim do mĂȘs, o STF (Supremo Tribunal Federal) negou habeas corpus a Iran. A defesa pediu a revogação das medidas cautelares, para que o conselheiro retome as atividades.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes observou que as medidas cautelares aplicadas contra o conselheiro foram autorizadas pelo STJ, e um recurso da defesa foi negado pela presidĂȘncia da corte.

"Esta Primeira Turma vem autorizando, somente em circunstâncias especĂ­ficas, o exame de habeas corpus quando não encerrada a anĂĄlise na instância competente, óbice superĂĄvel apenas em hipótese de teratologia ou em casos excepcionais. No particular, entretanto, não se apresentam as hipóteses de teratologia ou excepcionalidade", escreveu.

Comunicar erro
Camara Municipal de NAS

ComentĂĄrios

Publicidade 728x90 2 Camara Vol 2