A tensão entre os indígenas da 'retomada Aratikuty' e os seguranças da Estância Feliz, em Dourados, voltou a crescer nesta sexta-feira (21). O local é onde mora o ex-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Magno de Souza (PCO).
Denúncia feita pelo candidato no Debate Midiamax no 1º turno levou a descoberta de que os seguranças do local - ou 'jagunços' como nomeiam os indígenas - vigiavam os moradores da aldeia de cima de uma caixa d'água.
Entretanto, na tarde desta sexta, o chefe de segurança da fazenda procurou a polícia para denunciar ameaças vindas dos indígenas. Conforme o documento, um grupo de índios armado com foices, facões e lanças, que estariam sendo liderados por Magno, foram até os seguranças e fizeram ameaças.
A Polícia Militar chegou a ser acionada, mas segundo o boletim, ao avistarem as viaturas, os indígenas deixaram o local.
Conforme liderança indígena ouvida pelo Jornal Midiamax, uma tensão com algumas intimidações aconteceram, mas sem nenhum tipo de violência física.
Indígenas são vigiados como 'gado no pasto'
"Sempre tem alguém lá em cima armado, olhando para os nossos lotes. A gente se sente como se estivesse em um monitoramento coletivo, como se fosse gado no meio do pasto. De lá, eles vigiam os nossos passos", contou um dos moradores da retomada Aratikuty.
Magno denunciou que 'jagunços' usam as caixas d'água da Sanesul para fazer vigia armada ao local. Desde então, segundo apurado pelo Jornal Midiamax, os seguranças constantemente sobem no equipamento para 'observar'.
"[?] eles não têm direito de subir ali. Inclusive estou denunciando para o Ministério Público e estou denunciando também para o governador. Resolvam esse problema aí, antes que morram indígenas. Depois falam que indígenas que estão armados até os dentes lá", denunciou o candidato no Debate Midiamax.