A trajetória continua no dia 1º de novembro, quando a rocha espacial passará pelo ponto mais próximo do planeta, a uma distância de cerca de 2,3 milhões de quilômetros. Para efeitos de comparação, é seis vezes a distância média entre a Terra e a Lua.
Para os padrões cósmicos, essa é uma margem muito pequena e, por isso, o asteroide poderá ser visto em praticamente todas as partes do planeta, a olho nu ou com instrumentos (dependendo da visibilidade do céu).
Ele passará a uma velocidade de 84,5 mil km/h, cerca de 68 vezes a velocidade do som. Além disso, seu tamanho assusta: o diâmetro estimado é de 330 por 740 metros. Para se ter uma ideia, é o equivalente a 20 Cristos Redentores (que mede 38 m), ou um pouco menos que o edifício Burj Khalifa, considerado o mais alto do mundo, com 828 m.
Segundo a Nasa, qualquer asteroide com essas dimensões poderia gerar trágicas consequências para a Terra. Por isso, cientistas do mundo todo estão constantemente monitorando o espaço, mapeando a trajetória das rochas espaciais e desviando aquelas consideradas mais perigosas.
Qualquer asteroide com no mínimo 140 metros e distância de até 7,5 milhões de km da Terra são classificados pela Nasa como "potencialmente perigosos".
Essas especificações levam em consideração o fato de que um corpo celeste, mesmo a uma distância razoável e segura, pode colidir com outros objetos no espaço ou sentir os efeitos gravitacionais dos planetas, incluindo o da Terra, alterando a sua rota.
No fim de setembro, uma missão espacial da agência atingiu o asteroide Dydimos, que possuía tamanho parecido com o do 2022 RM4: cerca de 780 metros de diâmetro. O objeto teve a rota desviada pela sonda Dart.
DESCOBERTA É RECENTE, MAS SEM RISCO DE COLISÃO
Apesar das especificações apocalípticas, o corpo celeste foi identificado há muito pouco tempo. Foi o telescópio Pan-STARRS 2, localizado no Havaí, que visualizou pela primeira vez o 2022 RM4 se aproximando, em 12 de setembro, segundo o site EarthSky.
Nas primeiras horas após sua descoberta, houve um alerta de risco potencial de colisão com a Terra. Mas, assim que os cientistas realizaram um novo cálculo da trajetória, essa possibilidade foi descartada.
Desde então, a movimentação da rocha vem sendo acompanhada pelo Observatório Steward, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Já a organização Minor Planet Center, parte do Observatório Astrofísico Smithsonian, foi a responsável por batizar o corpo celeste.
ACOMPANHE A PASSAGEM DE 2022 RM4
No Brasil, o asteroide 2022 RM4 será visível apenas através de telescópios mais potentes. Quem quiser assistir à passagem deve ficar atento ao horário. O ponto máximo de aproximação com a Terra será atingido às 15h32 (horário de Brasília).
Mas é possível acompanhar online, através do The Virtual Telescope Project. A transmissão ao vivo terá início a partir das 14h (horário de Brasília).
De acordo com um tweet do físico e astrônomo amador Tony Dunn, criador do site Orbit Simulator, em seu pico de aproximação, o asteroide brilhará a uma magnitude de cerca de 14,3, o que possibilitará que ele seja visto a olho nu ou com telescópios amadores, em algumas regiões da Terra.