A visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Mato Grosso do Sul será decisiva para a eleição, principalmente na Capital. Sem definição de candidato e sem poder de decisão, lideranças do partido vão deixar para o ex-presidente definir o que farão em Mato Grosso do Sul.
Marcos Pollon assumiu a presidência do partido com a missão de unir a direita e fazer o PL crescer, mas até o momento não conseguiu avançar e pode apoiar candidatura de outra sigla na Capital.
Lideranças que são ligadas a Jair Bolsonaro já admitem a possibilidade de apoiar a atual prefeita, Adriane Lopes (PP), se ele mandar. "Jair Bolsonaro é minha liderança politica. Eu sou soldado da direita e vou trabalhar pela construção do grupo. Não vou colocar a minha vontade acima de um planejamento maior. Tenho humildade de reconhecer a liderança do Bolsonaro e paciência pra aguardar as orientações", respondeu o deputado Rafael Tavares (PRTB), ao ser indagado se apoiaria Adriane Lopes na eleição de outubro.
Tavares respondeu ao colega bolsonarista com outra pergunta, questionando se ele vai seguir Bolsonaro ou ir contra ele. A resposta de Tavares deixa claro que o grupo mais bolsonarista está disposto a mostrar fidelidade ao ex-presidente, abrindo mão de preferências pessoais.
A flexibilidade do grupo bolsonarista pode ajudar a prefeita, que tem como madrinha política a ex-ministra de Bolsonaro, senadora Tereza Cristina, presidente do PP em Mato Grosso do Sul. Ela é a principal arma de Adriane para conseguir o apoio de Bolsonaro e seus seguidores.
A fidelidade de parte da área bolsonarista pode prejudicar outro concorrente, o ex-deputado Capitão Contar (PRTB). Ele chegou a ser convidado por Pollon para se filiar ao PL, mas não deu retorno. Agora, corre o risco de ser preterido, novamente, pelo grupo.
Na eleição para o Governo do Estado, Tereza conseguiu deixar Bolsonaro longe do segundo turno em Mato Grosso do Sul. Contar chegou a ser beneficiado com apoio de Bolsonaro, com declaração de voto no primeiro turno, mas não foi ajudado no segundo turno e acabou perdendo a eleição, ficando sem mandato.
No ano passado, Contar chegou a ser citado por Bolsonaro em duas declarações sobre Mato Grosso do Sul. Na primeira, aconselhou ele a se candidatar a vereador. Depois, disse que poderia ser o candidato apoiado. Agora, Contar aguarda definição que pode sair no próximo mês, se confirmada agenda do ex-presidente no dia 24 de fevereiro, em Campo Grande.