A onda de calor que atinge Mato Grosso do Sul já é a mais intensa em termos de duração. Iniciado em 27 de abril e renovado por duas vezes pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o bloqueio atmosférico agora segue até às 18h de segunda-feira (6).
Dessa forma, Mato Grosso do Sul deve completar 9 dias sob efeito da onda de calor, que impede a chegada de frentes frias, que derrubem as temperaturas ou provoquem chuva. Não há previsão de precipitações significativas nas duas primeiras semanas de maio em Mato Grosso do Sul.
O aviso do Inmet é de grande perigo em todos os 79 municípios, com risco à saúde e de incêndios florestais. Neste período, a temperatura fica 5°C acima da média. Diferente das últimas ondas de calor a atingir o Estado, dessa vez as características são de temperaturas não tão altas e umidade do ar baixa.
Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), está prevista a aproximação de uma nova frente fria, que pode favorecer chuvas isoladas e ameno nas temperaturas apenas na região do extremo sul e no sudoeste do Estado.
A intensa massa de ar quente e seco deverá impedir o avanço dessa frente fria para o restante dos municípios. Apesar disso, o transporte de calor e umidade, combinado a um sistema de baixa pressão atmosférica no Paraguai, podem favorecer a formação de instabilidades.
Na média histórica da precipitação acumulada, esperada para o trimestre de maio a julho, as chuvas variam entre 50 e 200 mm na metade norte e nas regiões sul, sudeste e sudoeste entre 200 a 400 mm. Por outro lado, nas regiões noroeste e nordeste do Estado a precipitação acumulada varia entre 50 e 100 mm.
Segundo o modelo de monitoramento, os índices de precipitação acumulada para o trimestre indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica no Estado.
O médico Renato Figueiredo explica que o principal problema durante o período de altas temperaturas e tempo seco é deixar a hidratação de lado, com destaque para crianças e idosos. O ideal é oferecer água e alimentos ricos em sais minerais várias vezes ao dia.
"É engraçado falar, porque é uma coisa simples, mas há pessoas que esquecem. No caso das crianças, elas brincam ou não conseguem pedir. Já os idosos podem não ter a sensibilidade de expressar que estão com sede. Devemos oferecer líquidos a toda hora, aos poucos, não tomar um litro de uma vez, mas manter a hidratação frequente."
O especialista também destaca que pessoas que enfrentam doenças cardiopulmonares, respiratórias, metabólicas e cardíacas estão no grupo que requer cuidados.
"Há efeitos (sintomas de desidratação) leves, como sede e mal-estar, até mais graves, como ataque cardíaco, desmaio, desorientação, diarreia e até coma. Chegam ao hospital crianças, por exemplo, sem reação, mais quietas e "molengas", o que pode ser um quadro de desidratação. Já os idosos podem ficar com baixa cognição."