O sambista de 41 anos preso por ameaçar um pedreiro, de 51 anos, em Campo Grande, foi solto nessa quarta-feira (17) ao pagar uma fiança na ordem de R$ 3 mil. A expectativa é de que a defesa dele divulgue uma nota à imprensa sobre o caso nas próximas horas.
O valor tinha sido extipulado pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior na audiência de custódia. Apesar de ser solto, o artista sofreu medidas restritivas, como não poder deixar a cidade sem autorização judicial.
O caso
O cantor de samba foi preso na tarde de segunda-feira (15) ao atirar diversas vezes contra a motocicleta de um pedreiro. O crime aconteceu na casa do artista, situada no bairro Jardim Bonança.
Conforme o relato dos envolvidos, houve uma discussão sobre o andamento de uma obra. O autônomo foi cobrado pelo cantor sobre a demora do serviço, entretanto, a discussão resultou numa briga.
Após os disparos contra a moto, o pedreiro correu com medo de ser morto e, ao chegar em uma esquina, chamou a Polícia Militar. Na investigação inicial dos fatos, os militares flagraram o autor com uma pistola 9 milímetros e algumas munições deflagradas.
Na abordagem, ele alegou ser CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e mostrou toda a documentação necessária. Na sua versão, relatou que contratou os serviços em outubro do ano passado pelo valor de R$ 21 mil e prazo de três meses para a conclusão.
Passados mais de cinco meses do prazo, a obra ainda não havia sido encerrada e que o valor total pago até então já tinha sido de R$ 24 mil. Naquela tarde, ainda na sua versão, o pedreiro cobrou mais R$ 1 mil para fazer a parte elétrica e isso gerou a discussão.
O músico nega que ameaçou o pedreiro e somente pediu para ele sair do imóvel, o que foi negado. Também diz que o pedreiro pegou uma marreta e uma enxada para agredi-lo. Na sequência, ele se trancou na casa e ouviu o homem dizendo que retornaria para retirar suas ferramentas. Ele pegou a arma e após mais discussão atirou na moto.
Já a vítima contou que foi contratado em outubro para fazer uma reforma no imóvel e que houve a discussão porque o cantor estava insatisfeito com o ritmo da obra. Sobre o andamento dos trabalhos, o profissional disse que a demora se dava porque o músico sempre pedia serviços adicionais, gerando atrasos no serviço.
Inclusive, a discussão foi sobre outro serviço extra e que o valor gerou uma discussão mais acalorada entre eles e nos disparos do tiro contra o tanque de combustível da moto. Ao todo, foram 12 tiros, sendo que cinco furaram a moto, que passou a vazar combustível. Na casa do músico, a PM encontrou outras três armas, incluindo fuzis.
O arsenal estava escondido em um cofre, mas todas devidamente legalizadas. O cantor foi preso em flagrante pelo disparo de arma de fogo em via pública e ameaça. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol.