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Na rua, no banho ou no carro: aprendi a conversar comigo mesma

Recentemente, me separei.

Por Midia NAS em 14/08/2024 às 07:11:53

Recentemente, me separei. Com isso, veio uma novidade: ficar sozinha em casa, nos dias em que o meu filho está com o pai. Confesso que no começo foi estranho. Me vinham coisas à cabeça que, certamente, dividiria com quem estava do lado, no caso, meu ex-marido. Aprendi a falar comigo mesma e dar minha opinião a respeito da minha própria opinião. Eu nunca fui de ir ao cinema sozinha. Outro dia, encarei essa empreitada cinematográfica solitária. Quando o filme terminou, na força do hábito, soltei para o universo: "E aí, gostou?".

A pessoa que estava sentada ao meu lado, vendo que eu estava só e maluca, respondeu educadamente: "Gostei e você?". Me dei conta do que eu tinha feito e respondi, fingindo que tinha sido de propósito: "Achei que ela poderia ter terminado com o melhor amigo, mas curti.". O colega espectador abriu um sorriso discreto, pediu licença para passar na frente dos meus joelhos e me deu um boa noite, daqueles de saída de elevador.

Mas não é só no cinema que tenho pensado em alto e bom som. Às vezes, o faço caminhando na rua, constantemente no banho e, muitas vezes, no carro. Quando percebo um outro motorista me olhando papear comigo mesma, imediatamente articulo mais as palavras e balanço a cabeça, fingindo que estou cantando. Pega melhor do que estar falando com o painel do carro.

Na rua, o problema todo não é falar, mas gesticular como se estivesse dando uma palestra. Quando sou pega nessa situação, rapidamente entrelaço os dedos das mãos em movimento e estico os braços pra cima, para parecer que estou me alongando. Rezar não conta como falar sozinha, já que tem alguém ouvindo lá no céu. Com tudo isso, descobri que é muito bom ter com quem conversar, mas que, às vezes, somos ótimos interlocutores de nós mesmos. E que eu e mim mesma temos assunto pra mais de metro.

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