Após ser anunciado nesta terça-feira como o presidente da COP 30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, o embaixador André Corrêa do Lago avalia que a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos vai trazer impactos até mesmo na preparação da COP.
A declaração foi dada pelo atual secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente, do Ministério de Relações Exteriores, André Lago, que foi escolhido pelo presidente Lula para comandar o evento das Nações Unidas, em Belém do Pará, no mês de novembro.
Nessa segunda, ao tomar posse na presidência dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou que o país vai sair, mais uma vez, do Acordo de Paris, adotado em 2015. No entanto, André Lago acredita que o diálogo com o país norte-americano se mantém aberto.
Economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Corrêa do Lago tornou-se diplomata nos anos 80. No Itamaraty, chefiou os departamentos de Energia e de Meio Ambiente. Participou de diversas conferências ambientais e climática; já serviu em embaixadas em quatro países e já foi embaixador do Brasil no Japão e na Índia.
De acordo com o governo, a escolha por André Lago "reforça a liderança do país nas negociações climáticas internacionais" e é um importante passo "na preparação da conferência", já que a presidência formal da COP continua sendo do "Azerbaijão até a abertura oficial" da conferência em Belém.
Ao lado do presidente da COP 30, a Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, assume a Diretoria-Executiva. Ana Toni não participou do anúncio devido a um procedimento médico.
Após os anúncios, a organização não governamental Observatório do Clima disse ter recebido as nomeações "com satisfação" e avaliou que, "dificilmente haveria uma dupla com mais estatura para desempenhar a missão".