Ex-prefeito tucano enfrenta inquérito sobre uso irregular de carro oficial em Figueirão
Vereador teria pegado carona até outra cidade para acompanhar apresentação da banda municipal
O ex-prefeito de Figueirão, Juvenal Consolaro (PSDB), foi implicado em inquérito civil do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que apura o uso para fins particulares de um carro da prefeitura, no ano passado. A abertura do inquérito foi publicada no Diário Oficial do MPMS.
Conforme consta na Notícia de Fato, que embasou o inquérito, denúncia da então presidente da Câmara de Vereadores, Flávia Maria Bravo (União), diz que o veículo oficial, uma Ford Ranger, foi usado para viagem até Alcinópolis por servidor comissionado e pelo vereador Abadio Ribeiro (PSDB) e família.
Na ocasião, a Banda Municipal de Figueirão iria se apresentar na cidade vizinha, motivo que o servidor teria ido até lá. Porém, a denúncia diz que o vereador continuou em uma festa com a família, teria ingerido bebida alcoólica e só depois ido embora.
O documento enviado ao MPMS também cita uma discussão entre Flávia e Abadio, na Tribuna da Câmara. A presidente da Casa de Leis teria questionado o colega sobre o uso do veículo. O vereador do PSDB teria confirmado que utilizou a Ranger, acrescentou que continuaria utilizando o veículo, e, ainda, que se ela tivesse coragem poderia denunciar.
Como apenas o servidor iria na caminhonete, o vereador, a esposa e filha pegaram uma carona. Após o fim da apresentação, todos teriam retornado para Figueirão. O vereador ainda afirmou que sofre perseguição da presidente da Câmara por denunciar irregularidades da sua gestão.
Já a defesa da prefeitura alega que o então prefeito, Juvenal Consolaro, pediu para que o servidor, que tem cargo de assessor do gabinete, desse suporte à banda do município. Além disso, confirmou a "carona amiga" ao vereador e família.
Segundo a prefeitura, o uso de veículos oficiais não é regulamentado e por isso, não existe um diário de bordo. Entretanto, nos autos, o Executivo Municipal se comprometeu a trabalhar em ato de regulamentação e fazer conscientização dos servidores para evitar irregularidades.
Agora, com a instauração do inquérito, as partes devem se manifestar novamente e juntar as provas. Caso tenha indícios suficientes, o promotor pode oferecer a denúncia à Justiça.