Viver em ruas sem asfalto é uma triste realidade para vários Campo-grandenses. Mas imagine ter esse problema potencializado com a chuva, transformado a rua em um "rio" e as casas em verdadeiras ilhas. Parece um problema distante, mas é a realidade para moradores do Jardim Columbia. Se chover, carro nenhum passa e o simples fato de chegar em casa se torna um desafio para quem mora na rua Purús.
A auxiliar de produção Valdineia Ravaze Alves, de 31 anos, vivencia esse temor há cerca de três anos e meio no Jardim Columbia. "Quando começava a chover eu já corria para tirar o carro da garagem e levar para a rua de cima, por que se não ficava preso em casa. As vezes já deixávamos o carro na rua de cima quando o tempo estava chuvoso, porque sabíamos que não ia passar", disse ela.
O problema não é muito diferente para motos. "Nessa última chuva, meu marido ficou atolado. A roda ficou travada com o barro. Se estou de a pé e fora de casa, eu tenho que esperar na casa da minha mãe pelos menos até a água abaixar, porque você não consegue entrar em casa quando chove", explicou ela.
A rua teria recebido aterramento recentemente, o que para os moradores é uma medida paliativa até a próxima chuva. "Eles vieram agora e jogaram só terra. Não passaram o rolo e nem cascalharam. Na primeira chuva que vier vai levar tudo e abrir as crateras de novo", explicou.
Para o pedreiro Joabes da Silva Ricarte, de 43 anos, o problema perdura há mais de uma década e nunca teve uma solução efetiva no Jardim Columbia. "Aqui é complicado, alaga tudo. Você pode colocar um barco que você desce. Fora o lixo, pedra e tudo que para na frente da sua casa quando chove. Tem vez que a rua se acaba porque o mato toma conta", disse ele.
Morador do bairro há 11 anos, ele precisa enfrentar uma verdadeira luta para sair e entrar de casa em dias de chuva, enquanto sonha com o asfalto. "A gente entra, mas daquele jeito. Com o carro derrapando e a água entrando dentro dele.", disse ele.
O problema é tão grave, que aqueles que são de fora nem se arriscam a entrar em dias de chuva. "Os motorista de aplicativo não entram, minha mulher estava com compras e a motorista falou que não desceria a rua, porque se entrasse não ia conseguir sair. Ela veio chorando com as compras na mão e debaixo de chuva, sorte que uma vizinha ajudou", disse ele.
Mesmo morando em uma rua de asfalto no bairro há 6 anos, a dona de casa Ivete Ravaze, de 52 anos, também sente o problema da falta de estrutura de perto. "Para quem mora no asfalto é bom, mas as ruas que não tem asfalto são bem precárias e quando chove você não consegue descer. Muita gente mudou para o Jardim Columbia e eles cresceu, mas as ruas continuam do mesmo jeito. Se chover não passa carro nenhum", disse ela.
Segue a nota da prefeitura sobre o problema: "Apesar do serviço de patrolamento e cascalhamento, que é feito rotineiramente, ter sido executado naquela via na semana passada, por causa da chuva, o serviço será refeito logo que as condições climáticas permitirem. A administração municipal tem feito gestões para obtenção de recursos que viabilizarão a pavimentação do bairro", disse a nota.
Fonte: Midiamax