“Vamos levar muito a sério essa história de acabar com qualquer garimpo ilegal e, mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer isso sem destruir a floresta”, afirmou Lula, em discurso após visita à Casa de Apoio do Índio (Casai) Yanomami, em Boa Vista (RR).
Crianças Yanomamifoto-indigena-desnutricaocrise humanitária yanomami (1)crise humanitária yanomami (2)crise humanitária yanomami (3)0Lula estava acompanhado de três ministros: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; a ministra da Saúde, Nísia Trindade; e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Na ocasião, Lula criticou a gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), pela falta de atenção às demandas indígenas.
“Um presidente que deixou a Presidência esses dias, se, em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e tivesse vindo aqui uma vez, quem sabe esse povo não estaria tão abandonado como está”, criticou o presidente.
Em relação aos médicos, Lula acrescentou que vai levar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) diretamente às aldeias. “Vi crianças bem magrinhas, mas uma das formas de resolver é fazer um plantão nas aldeias para a gente cuidar deles. É mais fácil transportar 20 médicos do que que 200 indígenas”, destacou.
“Queremos mostrar que o SUS é capaz de fazer um trabalho que orgulhe e honre o povo brasileiro. Prometo a vocês que vamos melhorar a vida deles”, ressaltou.
Segundo a agenda, Lula visita a Casai Yanomami, onde anuncia um pacote de ações emergenciais para os povos Yanomamis, que têm registrado casos de desnutrição e de malária entre crianças e idosos. Os membros do Executivo retornam a Brasília no fim da tarde deste sábado.
Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Além de a atividade provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.
A exploração do garimpo ilegal traz a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.
Na última quarta-feira (18/1), uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Roraima para fazer um diagnóstico da situação. Em nota, a pasta informou que a expectativa é que, após o levantamento, sejam definidas “ações imediatas para superar a crise sanitária” pela qual passa a população local.
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