As seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Campo Grande foram escolhidas para integrar o projeto "Lean nas UPAS", iniciativa do Ministério da SaĂșde em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que tem por objetivo implantar projeto de reestruturação, humanização do fluxo e atendimento nas unidades de urgĂȘncia e emergĂȘncia, além de capacitar os profissionais em metodologias de gestão e acolhimento humanizado dos usuĂĄrios e seus familiares, bem como o monitoramento remoto de indicadores para reduzir o tempo médio de permanĂȘncia e melhorar os fluxos e processos.
De acordo com a tutora da UFF, GlĂĄucia Rosa de Freitas Silva, o Projeto Lean nas UPAs é uma estratégia criada para qualificar e acelerar o atendimento nestas unidades em todo o paĂs. Ele tem base na metodologia Lean, de onde surgiu o Sistema Toyota de Produção. Na saĂșde, é conhecido como Lean Healthcare.
"Os resultados conseguidos com essa ação são a redução no desperdĂcio, maior segurança e capacidade na hora do atendimento, otimização do tempo de espera e permanĂȘncia, garantindo uma experiĂȘncia mais positiva ao paciente", esclarece GlĂĄucia.
A tutora destaca que as unidades participantes de Campo Grande tĂȘm apresentado bons resultados, sobretudo a UPA Moreninha, onde 32 indicadores boas prĂĄticas de um total de 50 jĂĄ foram atendidos. A unidade recebeu evento que faz parte do projeto de humanização.
"Isso coloca a UPA da Moreninha como uma das mais eficazes em termos de apresentação de resultados. Acreditamos que até o final do mĂȘs a unidade deve finalizar as cinquenta boas prĂĄticas se tornando uma das primeiras do paĂs", destaca. 50 UPAs de todo o paĂs participam do projeto.
Além de reduzir desperdĂcios, a metodologia propõe ampliar a produtividade dos profissionais e otimizar o tempo e a qualidade do atendimento. Para isso, serão feitos ajustes internos, desde mudanças logĂsticas até alteração das funções desempenhadas por cada profissional no dia a dia.
Para o secretĂĄrio municipal de SaĂșde, José Mauro Filho, projeto vem somar e aumentar a qualidade do atendimento prestado à população. Ele lembra que a reestruturação da rede de urgĂȘncia, bem como o fortalecimento da Atenção PrimĂĄria foram fundamentais para que Campo Grande pudesse dar uma boa resposta durante o perĂodo crĂtico da pandemia de Covid-19.
"Graças a todo o trabalho que foi desenvolvido, estruturação da nossa rede, a começar pela Atenção PrimĂĄria e também das nossas unidades de urgĂȘncia e emergĂȘncia, conseguimos superar as adversidades e dar a nossa população um atendimento adequado. Parcerias como estas são fundamentais, pois nos auxilia na implementação de novos processos de trabalho e fluxos internos que certamente impactam diretamente na melhoria do serviço", comenta.
A metodologia propõe mudanças nos fluxos de trabalho para reduzir desperdĂcios, ampliar a produtividade dos profissionais e otimizar o tempo e a qualidade do atendimento. Para isso, serão feitos ajuste internos nos fluxos de trabalhos das equipes, desde mudanças logĂsticas até alteração das funções desempenhadas por cada profissional no dia-a-dia do trabalho.
Para o usuĂĄrio do serviço não hĂĄ alterações, o que se pretende ao longo dessas mudanças é a redução do tempo de espera e de permanĂȘncia nos serviços de saĂșde e satisfação com o atendimento.
Para o serviço espera-se atingir redução de desperdĂcios de insumos e mão de obra e otimização do tempo de cada categoria profissional e aumento da capacidade e qualidade de atendimento.
No Brasil, a ferramenta de gestão jĂĄ estĂĄ sendo aplicada em vĂĄrios serviços de saĂșde, com resultados positivos após as mudanças. Desde o inĂcio do projeto, houve redução média de 38% na superlotação dos serviços destes saĂșde, de 41% no tempo de permanĂȘncia no hospital para pacientes internados e de 27% na necessidade de internamento para pacientes atendidos na urgĂȘncia e emergĂȘncia.