O ataque ocorreu na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista. Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu após ser atingida por dez golpes de faca. Outras três professoras e um aluno ficaram feridos — três já tiveram alta e uma segue internada.
O estudante foi contido por uma professora de Educação Física, que conseguiu desarmá-lo aplicando um mata-leão (técnica de estrangulamento), dentro da sala de aula. Ele foi apreendido pela Polícia Militar e levado para a delegacia.
Em depoimento ao qual o Metrópoles teve acesso, o adolescente afirmou que ficava muitas horas sozinho no sótão de casa porque “era onde tinha mais privacidade, para ficar mais à vontade.”
O jovem planejou por cerca de dois anos o ataque, o qual tinha a intenção de realizar com uma arma e fogo. Como ele não conseguiu adquirir o armamento, decidiu usar uma faca.
Antes de estudar na escola da zona oeste, o adolescente frequentava as aulas na Escola Estadual Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
Na instituição de ensino, ele afirmou que era comparado ao serial killer Jeffrey Dahmer, assassino em série que matou 17 homens nos Estados Unidos, entre 1978 e 1991. Além de matá-los, ele também estuprava as vítimas e praticava canibalismo. A vida dele foi retratada em uma série da Netflix.
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Em depoimento prestado na tarde desta segunda-feira, na presença dos pais, o estudante afirmou que sentia tristeza “há muitos anos” e que há aproximadamente dois anos ele passou a ter ideias “de se vingar” com o intuito de “acabar com toda a angústia que sentia.”
O adolescente disse que sofria bullying por causa de sua aparência física na Escola Estadual Thomázia Montoro, onde o crime ocorreu, e em outras unidades de ensino onde ele estudou anteriormente.
Relatou que era chamado de “rato de esgoto” e, por isso, brigou e xingou um colega de escola de “macaco” na semana passada. O estudante disse ainda que a professora assassinada por ele nesta segunda-feira foi quem apartou a briga na ocasião.
Ao ser questionado sobre o que seria a “vingança”, o aluno de 13 anos respondeu que sua “vontade era matar pessoas, aproximadamente umas duas, e depois se matar”, segundo trecho do depoimento ao qual o Metrópoles teve acesso.
Ele também afirmou ao delegado que se inspirou em outros massacres ocorridos em escolas, principalmente no Massacre de Suzano, em março de 2019, no qual dois estudantes mataram sete pessoas e depois se suicidaram. No ataque desta segunda, ele usava uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos naquele atentado.
Ainda em seu depoimento, o aluno de 13 anos afirmou que “sua vontade” era realizar o atentado “com uma arma de fogo.” Ele diz que tentou adquirir uma pela internet durante os últimos dois anos, mas acrescentou que “seus planos sempre falharam.”
Como ele não conseguiu a arma de fogo, o aluno decidiu colocar seu plano em ação com uma faca.
“Há uma semana, [o adolescente] estava muito ansioso para agir logo e acabar o mais rápido [possível] com tudo. Ontem, domingo, pensou "de amanhã não passa"”, diz trecho do depoimento.
Ainda no domingo (26/3), afirma o estudante, ele pegou a maior faca encontrada na cozinha de casa e guardou-a junto com a máscara e roupa que seria usada no ataque.
Quando acordou, nesta segunda-feira, o jovem tirou e postou fotos segurando a faca usada no crime, em um perfil no qual ele usa o sobrenome de um dos envolvidos no Massacre de Suzano.
As imagens eram legendadas com a afirmação de que ele iria fazer “uma baguncinha na escola.”
Ele acrescentou ao delegado que escolheu as vítimas aleatoriamente. “Apenas queria atingir a vários e se matar em seguida”, diz trecho do depoimento.
O adolescente apreendido disse ter sido suspenso da Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde estudava antes de ser transferido para o local do crime, porque estava trocando videos sobre massacres em escolas com outro aluno.
O Metrópoles revelou que a direção da unidade de ensino alertou a polícia sobre o “comportamento suspeito” do estudante, um mês antes do atentado desta segunda-feira, por meio de boletim de ocorrência.
No documento, a escola afirma que o adolescente de 13 anos vinha “apresentando um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.
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