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Glaucoma: monitoramento evitou cegueira em 300 mil brasileiros

Ao longo dos Ășltimos cinco anos, cerca de 300 mil brasileiros foram acompanhados e tratados no intuito de evitar a perda total da visão em razão do glaucoma, considerado atualmente a maior causa de cegueira irreversĂ­vel do mundo.

Por Midia NAS em 25/05/2024 às 08:59:23
Foto: CFM

Foto: CFM

Ao longo dos Ășltimos cinco anos, cerca de 300 mil brasileiros foram acompanhados e tratados no intuito de evitar a perda total da visão em razão do glaucoma, considerado atualmente a maior causa de cegueira irreversĂ­vel do mundo. Os dados foram divulgados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) em razão do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, lembrado neste domingo (26).

"Entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023, o atendimento oferecido pelos mĂ©dicos oftalmologistas na rede pĂșblica beneficiou esse grupo de pacientes com acesso gratuito a tratamentos medicamentosos. Esse fluxo revela o impacto positivo da assistĂȘncia oftalmológica no SUS [Sistema Único de SaĂșde], reduzindo significativamente as chances de pacientes com essa doença desenvolverem quadros graves, com perda de visão irreversĂ­vel."

De acordo com o CBO, as estimativas apontam que mais de 1,7 milhão de pessoas devem ter glaucoma no Brasil. Assumindo uma estimativa conservadora, 2% da população acima de 40 anos podem apresentar a doença. Na projeção, foram utilizados dados do Ășltimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE), realizado em 2022, onde a faixa etĂĄria acima de 40 anos concentra 85,9 milhões de pessoas.

Estratégias

"Essa projeção Ă© utilizada para a definição de polĂ­ticas pĂșblicas e estratĂ©gias com foco na prevenção, diagnóstico e tratamento precoces do glaucoma. AlĂ©m dela, outras estimativas ajudam no planejamento das iniciativas. Por exemplo, estudos apontam que a incidĂȘncia do glaucoma varia entre 1% e 2% na população em geral, aumentando após os 40 anos (2%) e chegando a mais de 6% após os 70 anos", destacou o conselho.

Estudos demonstraram ainda que a prevalĂȘncia do glaucoma Ă© maior em indivĂ­duos negros e mulatos quando comparados com os indivĂ­duos brancos (3,8% e 2,1%, respectivamente). Fatores como histórico familiar da doença, ser negro ou asiĂĄtico, ter miopia, apresentar pressão intraocular elevada ou outras doenças oculares aumentam as chances de a pessoa desenvolver glaucoma em algum momento de sua vida.

Lesões irreversĂ­veis

O conselho alerta que a detecção precoce do glaucoma, por meio de exames oftalmológicos regulares, Ă© essencial para identificar e tratar a doença antes que ocorra perda visual. Medidas preventivas e de acompanhamento mĂ©dico, como monitoramento da pressão intraocular, uso de medicamentos adequados e tratamentos a laser ou cirĂșrgicos podem ajudar a controlar a progressão da doença e proteger a visão a longo prazo.

Tratamento

Como polĂ­tica de combate à cegueira causada pelo glaucoma, o Brasil, por recomendação do CBO, instituiu, desde 2008, por meio da Portaria 288 do MinistĂ©rio da SaĂșde, o Programa de Atenção ao Paciente Portador de Glaucoma, que fornece gratuitamente pelo SUS colĂ­rios de primeira, segunda e terceira linhas para o tratamento do glaucoma", destacou o conselho.

A orientação Ă© que cada paciente utilize diariamente colĂ­rios disponibilizados para retirada em locais predeterminados pelos governos locais a cada trĂȘs meses, com uso de documentação especĂ­fica. Em 2023, foram registradas 1.229.822 retiradas de medicamentos desse tipo, o que leva a cerca de 307 mil casos de glaucoma tratados.

"A aplicação de colĂ­rios ajuda a estabilizar a pressão intraocular e, como consequĂȘncia, controlar a doença e evitar a cegueira", reforçou o conselho.

NĂșmeros

Entre 2019 e 2023, tratamentos clĂ­nicos do glaucoma beneficiaram, em mĂ©dia, 280 mil pacientes de todas as regiões brasileiras a cada ano. O Nordeste acumula o maior volume de procedimentos no perĂ­odo avaliado, com uma mĂ©dia anual de 141,6 mil pessoas atendidas. Na sequĂȘncia aparecem, com as seguintes mĂ©dias: Sudeste, com 109,3 mil casos; Sul, com 19 mil; Norte, com 9,2 mil; e Centro-Oeste, com pouco mais de 1 mil pacientes atendidos a cada ano.

Dentre as unidades da Federação, no topo do ranking estão as seguintes mĂ©dias por ano: Minas Gerais, com 71,5 mil pacientes beneficiados; Bahia, com 58,1 mil; São Paulo, com 33,9 mil; Pernambuco, com 31,2 mil; e ParaĂ­ba, com 18,1 mil).

Perfil

A maioria dos pacientes submetidos a tratamentos medicamentosos, de acordo com os dados levantados pelo conselho, estĂĄ na faixa etĂĄrias acima dos 40 anos, que acumula mais de 96% dos casos. Outro ponto que chama atenção Ă© que o acesso a medicamentos para glaucoma beneficia mais a população feminina: do total de entregas, quase 70% são para mulheres.

Entenda

O glaucoma surge em consequĂȘncia do aumento da pressão intraocular e gera perda da visão pela destruição gradativa do nervo óptico, estrutura que conduz as imagens da retina ao cĂ©rebro. Dependendo do quadro do paciente, intervenções clĂ­nicas ou cirĂșrgicas podem suspender a progressão da doença, mas, segundo o CBO, não são capazes de recuperar a parcela da visão jĂĄ comprometida.

Serviço

Para conscientizar a população, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Sociedade Brasileira de Glaucoma promovem, neste sĂĄbado (25), a partir das 9h, o evento 24 Horas pelo Glaucoma. Em formato online, por meio das redes sociais do CBO, o projeto conta com a participação de oftalmologistas, representantes de órgãos competentes, celebridades e pacientes que convivem com a doença.

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