A senadora de Mato Grosso do Sul, Soraya Trhonicke (Podemos), desistiu da candidatura à presidência do Senado. Ela seria a única mulher candidata ao Senado, mas recuou minutos antes da eleição.
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Soraya chegou ao Senado falando da missão dada pela presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, da importância da participação feminina e criticou a falta de espaço para mulheres.
"Importante que nós, mulheres, participemos disso. Só pelas mulheres? Não. Por todos os brasileiros, porque nós não somos somente isso. O Brasil é formado por brasileiros e brasileiras, uma miscigenação enorme. Muitas vertentes e o todo é importante. A presença feminina aqui vale muito. Somos 52% da população. As mulheres são praticamente invisíveis. Não é a questão do Senado, mas muitas mídias sequer deram visibilidade para as candidaturas femininas. Que o Brasil nos olhe, porque nós estamos aqui e com candidaturas postas", declarou Soraya antes da desistência.
A sul-mato-grossense chegou a discursar e pontuou que em 200 anos, nunca uma mulher presidiu o Senado ou Câmara e raramente uma ocupa cargo de titular nas mesas diretoras. "E, quando candidatas, raramente são reconhecidas como tal", protestou.
Após o discurso, disse que, por estratégia, recuaria da candidatura. "Eu tentei, nós tentamos e vamos continuar tentando. Tivemos que recuar mais uma vez. Por covardia? Jamais, por coragem, inteligência e pragmatismo que demos um passo para trás para dar muitos para frente".
A senadora sinalizou voto em Davi Alcolumbre (União Brasil), favorito para vencer, dizendo esperar que ele cumpra o compromisso feito aos 45 do segundo tempo.
A sul-mato-grossense era uma das cinco candidatas, em eleição com favoritismo absoluto de Davi Alcolumbre, com apoio da maioria dos partidos, incluindo os rivais Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Liberal (PL).
Soraya seria a segunda mulher a disputar a presidência do Senado. A primeira foi a então senadora Simone Tebet (MDB), também de Mato Grosso do Sul.
Alcolumbre foi eleito com 73 dos 81 votos. Marcos Pontes (PL/SP) teve quatro votos, assim como Eduardo Girão (Novo/CE).